XII Congresso Nacional de Fisioterapeutas afirma identidade e projeta futuro da profissão em Portugal

O XII Congresso Nacional dos Fisioterapeutas realizou-se a 9 e 10 de maio, em Lisboa, reunindo profissionais, especialistas e representantes institucionais para debater o papel da Fisioterapia na saúde pública, a centralidade da pessoa nos cuidados e os desafios emergentes como a regulação profissional, a inovação tecnológica e a inteligência artificial.

O evento, organizado pela Ordem dos Fisioterapeutas, realizou-se sob o mote “Fisioterapia 360º: Identidade e Valor” e contou com a presença de Fisioterapeutas, académicos, entidades públicas nacionais e internacionais e estudantes. Ao longo de dois dias, no Auditório António Domingues de Azevedo, os participantes refletiram sobre o presente e futuro da profissão, com enfoque na evidência científica, na valorização da intervenção clínica e na colaboração entre diferentes áreas da saúde.

Entre os temas em destaque esteve o papel da Fisioterapia na saúde pública, num contexto em que, embora existam mais de 13.000 fisioterapeutas em Portugal, apenas cerca de 1.500 integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo que, destes, menos de 10% estão alocados aos cuidados de saúde primários.

O evento coincidiu com a recente homologação do Regulamento Geral de Especialidades Profissionais de Fisioterapia, pelo Ministério da Saúde, um marco relevante para o desenvolvimento e reconhecimento da profissão. Este novo enquadramento permitirá a atribuição do título de especialista nas áreas de Fisioterapia Cardiorrespiratória, Músculo-Esquelética e Neurológica, com a previsão de outras especialidades e processos de acreditação. Este novo enquadramento permitirá a atribuição do título de especialista nas áreas Cardiorrespiratória, Músculo-Esquelética e Neurológica, com a previsão de outras especialidades futuras.

O Congresso sublinhou também a importância de garantir maior acessibilidade aos cuidados de Fisioterapia, da criação de normas técnicas de atuação, bem como do reforço da articulação com outras especialidades médicas. O investimento em investigação científica e formação contínua foram igualmente destacadas como fator essencial para assegurar os melhores cuidados prestados à população.

Na sessão de encerramento, o Bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas, António Lopes, sublinhou que a profissão é “autorregulada e vai ter de merecer, ser e também ter uma gestão autónoma” para o desenvolvimento profissional.

O XII Congresso confirmou-se, assim, como a reunião magna da Fisioterapia em Portugal, projetando uma profissão mais forte, preparada para liderar a transformação dos cuidados de saúde. O futuro da Fisioterapia faz-se com todos. Visite a GALERIA DE IMAGENS do XII CNFt 2025

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Pedro Maciel Barbosa

Fisioterapeuta-especialista na Unidade Local de Saúde de Matosinhos Sub-coordenador para os Cuidados de Saúde Primário, Unidade Local de Saúde de Matosinhos Professor Adjunto-Convidado na Escola Superior de Saúde do Porto Membro do Conselho de Administração da Fundação para a Saúde – SNS Membro do Conselho Geral da Ordem dos Fisioterapeutas

Carlos Areia

Carlos Areia é fisioterapeuta desde 2013, e trabalhou em vários hospitais, clínicas e clubes tanto em Portugal como no Reino Unido. Iniciou a sua carreira académica na Universidade de Oxford em 2016, onde liderou um ensaio clínico a comparar Fisioterapia VS cirurgia em lesões do cruzado anterior em 32 hospitais de Inglaterra. Em 2018 mudou-se para o departamento de neurociências, onde desenvolveu os seus próprios estudos em monitorização remota de sinais vitais, que foram implementados durante a pandemia. Aqui descobriu a sua paixão pelos dados, e em 2022, juntou-se à Digital Science como Data Scientist. Concluiu o seu PhD no início deste ano, e junta mais de 60 publicações em revistas como a The Lancet, BMJ, Cochrane, entre outras. É também palestrante honorário na Oxford Brookes University e consultor em investigação clínica.

Eduardo José Brazete Carvalho Cruz

Doutorado em Fisioterapia, pela Universidade de Brighton, UK. Pós-Doutoramento na especialidade de Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
Coordenador do Gabinete de Estudos e Planeamento da Ordem dos Fisioterapeutas. Professor Coordenador do Departamento de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS-IPS). Presidente do Conselho Técnico-Científico da ESS-IPS. Coordenador do Departamento de Fisioterapia da ESS-IPS. Investigador Integrado do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) (parceria FCM-UNL, Escola Nacional de Saúde Publica, Universidade de Évora, Lisbon Institute of Global Mental Health e Hospital do Santo Espírito, Ilha Terceira, Açores).

Sara Souto Miranda

Sara Souto Miranda é licenciada e mestre em fisioterapia pela Universidade de Aveiro, e detentora de pós-graduação em fisioterapia respiratória do adulto certificada pela mesma instituição. Completou em 2023 o seu doutoramento duplo em Ciências da Reabilitação/Saúde, Medicina e Ciências da Vida pelas Universidades de Aveiro e Maastricht (Países Baixos) e encontra-se atualmente a exercer funções como assessora técnico-científica do Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP) da Ordem dos Fisioterapeutas, e como professora convidada do Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia. Enquanto membro do Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória da Universidade de Aveiro (Lab3R), exerceu atividade de investigação aplicada onde avaliou e tratou doentes com patologia respiratória, tendo participado em 6 projetos de investigação. Ao longo do seu percurso publicou 19 artigos científicos em revistas internacionais revistas pelos pares com fator de impacto, 1 capítulo de livro, e mais de 50 resumos em atas de conferências. Foi voluntária de investigação no centro de reabilitação Ciro (Center for expertise in chronic organ failure) nos Países Baixos, e é atualmente membro da Guideline Methodology Network da European Respiratory Society. Foi distinguida pela European Lung Foundation e European Respiratory Society por desenvolver investigação centrada no doente, pela Direção Geral de Ensino Superior com uma bolsa de mérito relativa ao seu mestrado, e pelo centro Ciro com uma bolsa destinada ao apoio à investigação no estrangeiro.

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