Dia Nacional do Doente com AVC: Fisioterapia essencial na prevenção e recuperação das doenças cérebro-cardiovasculares

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser a principal causa de morte e de incapacidade em Portugal, com três ocorrências por hora. Destes casos, pelo menos uma pessoa morre e outra fica com sequelas, muitas vezes em idade ativa. O Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala hoje, 31 de março, visa sensibilizar para o impacto destas doenças e para a necessidade de respostas de saúde estruturadas, eficazes e acessíveis.

As doenças cérebro-cardiovasculares exigem uma abordagem integrada, que deve começar com a prevenção primária. A Fisioterapia tem um papel fundamental neste domínio, contribuindo para a promoção da atividade física, a gestão de fatores de risco, a avaliação da aptidão física e a educação para a saúde, desde as idades mais jovens.

Na fase pós-aguda, a intervenção dos Fisioterapeutas é igualmente determinante para recuperar mobilidade, funcionalidade e autonomia, reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. A intervenção deve ser atempada, intensiva e adaptada às necessidades individuais de cada utente.

A realidade atual mostra, no entanto, que apenas 30% dos sobreviventes de AVC em Portugal têm acesso a cuidados de reabilitação intensivos, e 65% não têm acesso a cuidados multiprofissionais. A Ordem dos Fisioterapeutas defende a implementação de um percurso assistencial claro e estruturado, com maior acessibilidade à Fisioterapia ao longo de todas as fases da doença, à semelhança do que já acontece em outras áreas prioritárias da saúde.

Reforçar os recursos humanos em Fisioterapia, melhorar a articulação entre níveis de cuidados e garantir acesso equitativo a serviços de qualidade são medidas fundamentais para salvar vidas, reduzir incapacidades e promover a recuperação funcional.

Neste Dia Nacional do Doente com AVC, a Ordem dos Fisioterapeutas reafirma o compromisso com a valorização da intervenção da Fisioterapia e a defesa de políticas públicas que coloquem a prevenção e a recuperação funcional no centro das prioridades da saúde em Portugal.

Facebook
LinkedIn
Email

Pedro Maciel Barbosa

Fisioterapeuta-especialista na Unidade Local de Saúde de Matosinhos Sub-coordenador para os Cuidados de Saúde Primário, Unidade Local de Saúde de Matosinhos Professor Adjunto-Convidado na Escola Superior de Saúde do Porto Membro do Conselho de Administração da Fundação para a Saúde – SNS Membro do Conselho Geral da Ordem dos Fisioterapeutas

Carlos Areia

Carlos Areia é fisioterapeuta desde 2013, e trabalhou em vários hospitais, clínicas e clubes tanto em Portugal como no Reino Unido. Iniciou a sua carreira académica na Universidade de Oxford em 2016, onde liderou um ensaio clínico a comparar Fisioterapia VS cirurgia em lesões do cruzado anterior em 32 hospitais de Inglaterra. Em 2018 mudou-se para o departamento de neurociências, onde desenvolveu os seus próprios estudos em monitorização remota de sinais vitais, que foram implementados durante a pandemia. Aqui descobriu a sua paixão pelos dados, e em 2022, juntou-se à Digital Science como Data Scientist. Concluiu o seu PhD no início deste ano, e junta mais de 60 publicações em revistas como a The Lancet, BMJ, Cochrane, entre outras. É também palestrante honorário na Oxford Brookes University e consultor em investigação clínica.

Eduardo José Brazete Carvalho Cruz

Doutorado em Fisioterapia, pela Universidade de Brighton, UK. Pós-Doutoramento na especialidade de Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
Coordenador do Gabinete de Estudos e Planeamento da Ordem dos Fisioterapeutas. Professor Coordenador do Departamento de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS-IPS). Presidente do Conselho Técnico-Científico da ESS-IPS. Coordenador do Departamento de Fisioterapia da ESS-IPS. Investigador Integrado do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) (parceria FCM-UNL, Escola Nacional de Saúde Publica, Universidade de Évora, Lisbon Institute of Global Mental Health e Hospital do Santo Espírito, Ilha Terceira, Açores).

Sara Souto Miranda

Sara Souto Miranda é licenciada e mestre em fisioterapia pela Universidade de Aveiro, e detentora de pós-graduação em fisioterapia respiratória do adulto certificada pela mesma instituição. Completou em 2023 o seu doutoramento duplo em Ciências da Reabilitação/Saúde, Medicina e Ciências da Vida pelas Universidades de Aveiro e Maastricht (Países Baixos) e encontra-se atualmente a exercer funções como assessora técnico-científica do Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP) da Ordem dos Fisioterapeutas, e como professora convidada do Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia. Enquanto membro do Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória da Universidade de Aveiro (Lab3R), exerceu atividade de investigação aplicada onde avaliou e tratou doentes com patologia respiratória, tendo participado em 6 projetos de investigação. Ao longo do seu percurso publicou 19 artigos científicos em revistas internacionais revistas pelos pares com fator de impacto, 1 capítulo de livro, e mais de 50 resumos em atas de conferências. Foi voluntária de investigação no centro de reabilitação Ciro (Center for expertise in chronic organ failure) nos Países Baixos, e é atualmente membro da Guideline Methodology Network da European Respiratory Society. Foi distinguida pela European Lung Foundation e European Respiratory Society por desenvolver investigação centrada no doente, pela Direção Geral de Ensino Superior com uma bolsa de mérito relativa ao seu mestrado, e pelo centro Ciro com uma bolsa destinada ao apoio à investigação no estrangeiro.

Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador.
Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização.