A Ordem dos Fisioterapeutas, representada pelo Bastonário António Lopes e pela 2ª Vice-Presidente da Direção Conceição Bettencourt, recebeu esta quinta-feira, 15 de maio, para uma reunião, a Direção da Plataforma Saúde em Diálogo, representada pelo Presidente da Direção Jaime Melancia, pela Diretora-Executiva Joana Viveiro e por João Carreira da Mesa da Assembleia-Geral.
Constituída em 1998, a Plataforma Saúde em Diálogo é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que representa doentes crónicos, consumidores de cuidados de saúde, promotores e profissionais de saúde, reúne 72 associações, e tem como objetivo central fazer ouvir a voz dos doentes e utentes de saúde, contribuindo para um sistema de saúde mais centrado nas pessoas.
Referindo que, atualmente, cerca de 4 milhões de portugueses têm doenças crónicas, a Plataforma destacou a importância da constituição que está em curso de um grupo de trabalho para a doença crónica, liderado pela Direção-Geral de Saúde, com o objetivo de estabelecer o Estatuto Jurídico do Doente Crónico, para garantir que todas as doenças crónicas têm o mesmo tratamento equitativo, podendo ser utilizada a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) como base.
Outros pontos cruciais apresentados foram a implementação de um registo de saúde eletrónico único, disponível a todos os profissionais de saúde, a necessidade da regulamentação da Carta para a Participação Pública em Saúde e da integração na Comissão Nacional para a Humanização dos Cuidados de Saúde no Serviço Nacional de Saúde.
A importância do modelo da Prescrição Social foi igualmente salientada, sendo um dos exemplos de aplicação deste modelo o Projeto Saúde Mental 360º Algarve, desenvolvido pela Plataforma Saúde em Diálogo para promover a saúde mental da população idosa vulnerável, através de um conjunto de atividades que potenciam o envelhecimento ativos com foco na saúde mental dos intervenientes e que poderá vir a integrar Fisioterapeutas.
A Ordem sublinhou a relevância da intervenção dos Fisioterapeutas não apenas nas áreas tradicionais do tratamento e da reabilitação, mas também nos cuidados de saúde primários, especialmente em atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças, com foco na promoção de hábitos de vida saudáveis e no envelhecimento ativo.
Destacou-se a existência de mais de 12.000 Fisioterapeutas a exercer a profissão em Portugal, mas de apenas pouco mais de um milhar no Serviço Nacional de Saúde, número manifestamente insuficiente face às necessidades identificadas.
A Ordem manifestou o seu empenho em zelar pela garantia da qualidade dos cuidados prestados, tendo para isso desenvolvido os mecanismos de regulação previstos estatutariamente. Foi dada ainda ênfase à importância do acesso dos doentes à Fisioterapia, uma profissão de saúde autónoma e regulamentada, que pode trabalhar nos vários contextos da saúde, integrada em equipas de saúde ou por referência de qualquer especialidade médica.
As duas entidades acordaram trabalhar juntas no sentido de garantir a equidade de acesso aos cuidados de Fisioterapia, e continuidade desses cuidados, para todos os doentes, bem como o de promover a integração de Fisioterapeutas em projetos da iniciativa da Plataforma, como, por exemplo, no projeto Espaço Saúde 360º Algarve, entre outras possíveis parcerias.