No dia 30 de setembro, a Ordem dos Fisioterapeutas organizou um evento comemorativo, com o tema “Desafios na Profissão”.
A Sessão de Abertura contou com o Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, que agradeceu o trabalho dos fisioterapeutas na promoção da saúde dos cidadãos, salientando que são fundamentais para ajudar o país a conseguir uma melhor qualidade de vida. «Hoje temos uma maior esperança média de vida. E isso leva-nos a definir políticas que possam intervir ao longo de todo o contínuo da prestação de cuidados: na promoção da saúde, na prevenção da doença, no diagnóstico precoce, no tratamento atempado, na reabilitação continuada ao longo da vida, isto é, ao longo de todo o processo nós temos de conseguir ir introduzindo, como temos estado a promover, melhorias ao longo de toda a cadeia de prestação de cuidados. E aqui, os fisioterapeutas são importantes, em todas estas fases. […] É uma profissão com a qual, obviamente, contamos, uma profissão em relação à qual mantemos a expetativa de poder conseguir integrar cada vez mais neste contínuo da prestação de cuidados.», declarou.
Antes, também na Sessão de Abertura, o Bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas, António Lopes, afirmou querer que «os nossos cuidados [de fisioterapia] sejam acessíveis a todos os cidadãos, nas diferentes regiões onde estão, nos diferentes subsistemas de saúde que os representam e nas janelas temporais em que o contributo se demonstra mais relevante» e que, para isso, «teremos de aumentar o número de fisioterapeutas nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (dos atuais mais de 11 mil fisioterapeutas inscritos, só cerca de 10% trabalham no SNS), ultrapassar os modelos obsoletos de referenciação e de prescrição de atos padronizados (a própria legislação já evoluiu mas permanece uma cultura organizacional assente em premissas que perderam sentido e razoabilidade, nomeadamente o estigma de que a Fisioterapia é parte exclusiva do silo da Medicina Física e Reabilitação) e criar condições para um registo próprio da nossa intervenção e monitorização dos resultados».
A sessão de abertura contou ainda com intervenções do Presidente da Mesa do Conselho Geral, Rui Costa, e da Presidente do Conselho Jurisdicional, Isabel de Souza Guerra.
Homenagens
O evento, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, foi ainda marcado por momentos de homenagem a várias personalidades/entidades que se destacaram no ensino da Fisioterapia enquanto disciplina científica autónoma: a Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que, em 1957, deu início ao projeto de formação de profissionais na área da reabilitação com um perfil internacional, João Vasconcelos Martins, Margarida Lopes Gouveia e Alice Beja Ferreira, pelo mérito e esforço desenvolvido na projeção dos valores profissionais que soube incutir a todos quantos os que consigo conviveram, e na consolidação da imagem dos Fisioterapeutas portugueses, nos planos nacional e internacional, Isabel Rasgado Rodrigues ( Escola de Reabilitação, do Alcoitão), Cristina Argel de Melo (Escola Técnica dos Serviços de Saúde do Porto), Isabel Sousa Coutinho ( Escola Técnica dos Serviços de Saúde de Lisboa) e de João Neves Gil (Escola Técnica dos Serviços de Saúde de Coimbra), a título póstumo, pelo mérito e esforço desenvolvidos na consolidação do controlo da formação realizada pelos próprios fisioterapeutas, através da liderança no plano pedagógico e científico dos cursos das respetivas escolas e no processo evolutivo que conduziu à respetiva integração no ensino superior. Foram igualmente homenageados Madalena Gomes da Silva, pelo mérito no desenvolvimento e afirmação da Fisioterapia como disciplina científica autónoma, nomeadamente por ter sido a primeira fisioterapeuta portuguesa a obter o grau de doutor em Fisioterapia, Jan Cabri, pelo mérito no desenvolvimento e afirmação da Fisioterapia como disciplina científica autónoma, em Portugal, nomeadamente por ter liderado a criação da primeira linha de doutoramento com menção em Fisioterapia, na Faculdade de Motricidade de Lisboa, da Universidade Técnica de Lisboa e José Alberto Duarte, pelo mérito no desenvolvimento e afirmação da Fisioterapia como disciplina científica autónoma, em Portugal, nomeadamente por ter liderado a criação do primeiro ciclo de estudos de doutoramento em Fisioterapia, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, que ainda hoje se mantém em funcionamento.
Foram também distinguidos António Lacerda Sales e Isabel Galriça Neto, enquanto personalidades que promoveram a iniciativa de criação da Ordem, nomeadamente pelo mérito e esforço desenvolvidos na elaboração e subscrição de um projeto legislativo que viria a ser aprovado pela Assembleia da República, dando origem à Lei n.º 122/2019, de 30 de setembro, que criou a Ordem dos Fisioterapeutas e aprovou o respetivo Estatuto e Isabel de Souza Guerra , pelo reconhecimento na sua figura, pelo seu dinamismo e perseverança, o espírito de todos os que, durante décadas, lutaram afincadamente para alcançar o objetivo de criação da Ordem dos Fisioterapeutas, e o mérito por ter liderado o processo da sua instalação, enquanto Presidente da Comissão Instaladora.
Da manhã, destaca-se ainda uma cerimónia de acolhimento na profissão aos novos fisioterapeutas.
Mesa-redonda “Fisioterapia – Uma profissão que acrescenta valor em Saúde!”
À tarde, o coordenador do Gabinete de Estudos e Planeamento, Eduardo José Cruz, lançou o debate “Fisioterapia – Uma profissão que acrescenta valor em Saúde!”, que juntou os oradores Pedro Maciel Barbosa com uma apresentação intitulada “Prática centrada na pessoa”, Sara Souto Miranda com “Avaliação da experiência e dos resultados obtidos” e Carlos Areia, que abordou a “Evolução da investigação nacional em Fisioterapia. Uma análise bibliométrica do desenvolvimento de evidência, impacto e colaboração clínico académica nas últimas décadas”.
A sessão de encerramento esteve a cargo do 1º Vice-Presidente da Direção, Nuno Cordeiro.
Veja aqui as fotografias que marcaram o 4º aniversário da Ordem dos Fisioterapeutas (galeria em atualização)