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Presidente da World Physiotherapy visita Portugal

Terminou esta terça-feira uma visita de dois dias a Portugal do Presidente da World Physiotherapy (WP), Michel Landry.

O recém-eleito Presidente da organização que representa mais de 600.000 fisioterapeutas em todo o mundo, através dos 127 membros, entre os quais a Ordem dos Fisioterapeutas, foi recebido nos dias 27 e 28 de novembro.

Durante a visita às instalações, em Lisboa, o Bastonário António Lopes e a Direção apresentaram o plano estratégico das atividades da Ordem dos Fisioterapeutas, num encontro que contou com a presença da Presidente do Conselho Jurisdicional e o Presidente do Conselho Fiscal.

Teve lugar uma sessão com o Conselho Geral da Ordem dos Fisioterapeutas, na qual o Presidente da World Physiotherapy apresentou alguns projetos estratégicos da organização e respondeu a algumas questões da audiência reunidas previamente. A sessão foi aberta à participação de elementos dos  grupos de trabalho da Ordem dos Fisioterapeutas, em particular aos que têm ligação aos grupos especializados (specialty groups) da World Physiotherapy.

Com o objetivo de abordar oportunidades de cooperação em projetos da World Physiotherapy com componente humanitária, o programa contemplou a realização de uma reunião com o Grupo de Trabalho Fisioterapia em contexto de emergência, catástrofes e ação humanitária.

Para o Bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas, António Lopes, esta visita representou «um passo significativo para o reforço da Ordem dos Fisioterapeutas como a entidade representativa da profissão no plano internacional e a consolidação da relação institucional com a organização internacional da qual a Ordem dos Fisioterapeutas é membro».

Para o Presidente da World Physiotherapy, Michel Landry, «estar aqui dá-me oportunidade, que é importante para mim pessoalmente e para nós na World Physiotherapy, de criar parcerias com ordens e associações de todo o mundo. Porque uma Ordem robusta desencadeia potencialidades no país, na Europa e abre também oportunidades para os fisioterapeutas noutros países em que se fala a língua portuguesa e, ao mesmo tempo, oportunidades para os pacientes com quem se vai trabalhar».

Ordem dos Fisioterapeutas em Congresso dedicado às especialidades em Fisioterapia

A Ordem dos Fisioterapeutas, representada pelo Bastonário António Lopes, esteve presente no XVII Congreso Nacional de Fisioterapia, organizado pela Associação Espanhola de Fisioterapeutas e que decorreu nos dias 24 e 25 de novembro, com mais de 700 participantes.

De acordo com a organização, o congresso teve como objetivo promover o contributo dos fisioterapeutas para a manutenção da saúde da população e reivindicar a necessidade de reconhecimento das especialidades em Fisioterapia, como resposta a uma exigência social.

À margem do Congresso, o Bastonário teve oportunidade de abordar o tema com o Presidente da Associação Espanhola de Fisioterapeutas, Fernando Ramos Gomes, considerando que também está em curso o projeto de criação do Quadro de Especialidades Profissionais de Fisioterapia em Portugal, no âmbito das atribuições da Ordem dos Fisioterapeutas.

Teve ainda a oportunidade de analisar com o Presidente do Conselho dos Colégios de Fisioterapeutas de Espanha, Gustavo Paseiro Ares, um conjunto de temas comuns relacionados com a regulação da profissão.

Quando os bebés nascem cedo demais: Dia Mundial da Prematuridade

Assinala-se esta sexta-feira, 17 de novembro, o Dia Mundial da Prematuridade, data que tem como objetivo aumentar a consciencialização para os nascimentos prematuros, mortes e sequelas devidas à prematuridade, promovida pela EFCNI – European Foundation for the Care of Newborn, uma plataforma criada em abril de 2008, a nível europeu, constituída por pais e profissionais de saúde, com o propósito de dar voz aos recém-nascidos prematuros, bem como às suas famílias.

O nascimento prematuro é definido, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o nascimento antes de 37 semanas completas de gestação. Atualmente, acontece com mais de 10% dos 130 milhões de bebés em todo o mundo e 5 a 12% dos 5 milhões de bebés europeus.” (EFCNI, 2019, Factsheet Preterm Birth).

Os bebés prematuros ou pré-termo podem ser classificados quanto à idade gestacional e peso com que nascem, sendo a morbilidade neonatal tanto maior quanto mais prematuro ou mais leve é o bebé. Assim, a prematuridade “extrema” engloba os bebés abaixo das 28 semanas de gestação, a “grande” prematuridade, aqueles que nascem com menos de 32 semanas, e são considerados pré-termos “moderados” ou “tardios” os que nascem, respetivamente, entre as 32-33 semanas e entre as 34-36 semanas. São de “extremo baixo peso” os bebés que nascem com menos de 1000 gramas (g), de “muito baixo peso” com menos de 1500 g, e de “baixo peso” entre os 1500-2500 g.

A intervenção da Fisioterapia na Prematuridade

A vulnerabilidade destes bebés, pelas caraterísticas inerentes à sua prematuridade bem como a imaturidade dos sistemas orgânicos, leva a prever algumas complicações e exige uma vigilância apertada do seu desenvolvimento, não só, mas particularmente no caso dos prematuros extremos, pelo risco acrescido de sequelas associadas à sua condição. A intervenção da Fisioterapia nesta população tem demonstrado benefícios, devendo ser iniciada precocemente, ainda durante o internamento na UCIN (Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais).

A exigência dos primeiros tempos de vida e as experiências antecipadas devem ser cuidadosamente observadas pelo(a) Fisioterapeuta, de forma a melhor estruturar a sua abordagem, com o objetivo de promover o típico desenvolvimento do bebé, contribuindo para o seu desenvolvimento neuromotor e minimizar ou mesmo evitar sequelas graves.

A prematuridade é a causa reconhecida de sequelas major, como a paralisia cerebral, défice cognitivo e alterações neurossensoriais moderadas a graves. Durante o internamento, os posicionamentos e os cuidados neuroprotetores são exemplos da intervenção da Fisioterapia e desempenham um papel fundamental na sua prevenção ou minimização. Também a condição respiratória é afetada nesta população, com a doença das membranas hialinas (doença típica da imaturidade pulmonar), e a sua evolução para displasia broncopulmonar e doença pulmonar crónica.

Da neonatologia para casa e de casa para o mundo, o(a) Fisioterapeuta é o profissional de saúde a ter como companheiro dos primeiros meses/anos de vida dos bebés prematuros e da sua família. É, assim, fundamental no estabelecimento de um plano de acompanhamento interdisciplinar após a alta hospitalar, onde devem ser incluídas a avaliação do estado neurológico do bebé, o seu desenvolvimento motor, comportamental, cognitivo e da linguagem, para que se possam identificar precocemente sinais de alerta e intervir atempadamente no sentido de minimizar ou prevenir sequelas.

Aos Fisioterapeutas cabe também o papel de educador, já que a orientação da família é peça-chave para o sucesso da sua intervenção. As múltiplas atividades do dia a dia são oportunidades únicas para que a tríade pai-mãe-bebé possa aprofundar as relações e potenciar o desenvolvimento do bebé. A abordagem dos Fisioterapeutas pretende que sejam pais mais bem equipados, com ferramentas promotoras de um desenvolvimento mais harmonioso dos seus «pequenos guerreiros», termo muitas vezes utilizado para descrever esta população e que remete para a capacidade de resiliência dos bebés prematuros.

Pedro Maciel Barbosa

Fisioterapeuta-especialista na Unidade Local de Saúde de Matosinhos Sub-coordenador para os Cuidados de Saúde Primário, Unidade Local de Saúde de Matosinhos Professor Adjunto-Convidado na Escola Superior de Saúde do Porto Membro do Conselho de Administração da Fundação para a Saúde – SNS Membro do Conselho Geral da Ordem dos Fisioterapeutas

Carlos Areia

Carlos Areia é fisioterapeuta desde 2013, e trabalhou em vários hospitais, clínicas e clubes tanto em Portugal como no Reino Unido. Iniciou a sua carreira académica na Universidade de Oxford em 2016, onde liderou um ensaio clínico a comparar Fisioterapia VS cirurgia em lesões do cruzado anterior em 32 hospitais de Inglaterra. Em 2018 mudou-se para o departamento de neurociências, onde desenvolveu os seus próprios estudos em monitorização remota de sinais vitais, que foram implementados durante a pandemia. Aqui descobriu a sua paixão pelos dados, e em 2022, juntou-se à Digital Science como Data Scientist. Concluiu o seu PhD no início deste ano, e junta mais de 60 publicações em revistas como a The Lancet, BMJ, Cochrane, entre outras. É também palestrante honorário na Oxford Brookes University e consultor em investigação clínica.

Eduardo José Brazete Carvalho Cruz

Doutorado em Fisioterapia, pela Universidade de Brighton, UK. Pós-Doutoramento na especialidade de Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
Coordenador do Gabinete de Estudos e Planeamento da Ordem dos Fisioterapeutas. Professor Coordenador do Departamento de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS-IPS). Presidente do Conselho Técnico-Científico da ESS-IPS. Coordenador do Departamento de Fisioterapia da ESS-IPS. Investigador Integrado do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) (parceria FCM-UNL, Escola Nacional de Saúde Publica, Universidade de Évora, Lisbon Institute of Global Mental Health e Hospital do Santo Espírito, Ilha Terceira, Açores).

Sara Souto Miranda

Sara Souto Miranda é licenciada e mestre em fisioterapia pela Universidade de Aveiro, e detentora de pós-graduação em fisioterapia respiratória do adulto certificada pela mesma instituição. Completou em 2023 o seu doutoramento duplo em Ciências da Reabilitação/Saúde, Medicina e Ciências da Vida pelas Universidades de Aveiro e Maastricht (Países Baixos) e encontra-se atualmente a exercer funções como assessora técnico-científica do Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP) da Ordem dos Fisioterapeutas, e como professora convidada do Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia. Enquanto membro do Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória da Universidade de Aveiro (Lab3R), exerceu atividade de investigação aplicada onde avaliou e tratou doentes com patologia respiratória, tendo participado em 6 projetos de investigação. Ao longo do seu percurso publicou 19 artigos científicos em revistas internacionais revistas pelos pares com fator de impacto, 1 capítulo de livro, e mais de 50 resumos em atas de conferências. Foi voluntária de investigação no centro de reabilitação Ciro (Center for expertise in chronic organ failure) nos Países Baixos, e é atualmente membro da Guideline Methodology Network da European Respiratory Society. Foi distinguida pela European Lung Foundation e European Respiratory Society por desenvolver investigação centrada no doente, pela Direção Geral de Ensino Superior com uma bolsa de mérito relativa ao seu mestrado, e pelo centro Ciro com uma bolsa destinada ao apoio à investigação no estrangeiro.

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