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Intervenção do Bastonário sobre a Fisioterapia na Saúde Mental

Intervenção do Bastonário sobre a Fisioterapia na Saúde Mental

O Bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas considera que “(…) apesar das medidas legislativas, as respostas implementadas são ainda insuficientes, com assinaláveis assimetrias geográficas e existindo uma clara falta de profissionais de saúde integrados nas equipas de saúde mental, assim como uma omissão da inclusão dos Fisioterapeutas nessas equipas”. 
 
Numa mensagem vídeo para a conferência “Desafios Atuais e Futuros para a Fisioterapia na Saúde Mental”, organizada pela Associação Portuguesa de Fisioterapeutas APFISIO, António Lopes sublinhou que, apesar de os Fisioterapeutas e outros profissionais de saúde poderem não ter conhecimento do papel e dos benefícios da intervenção, o âmbito da prática da Fisioterapia em Saúde Mental e Psiquiatria “é holístico, eclético e dinâmico – pois é constantemente informado pela evidência – e, como tal, consegue responder às necessidades de saúde das pessoas e da sociedade.”
 
Na intervenção, transmitida no dia 22 de outubro, que teve lugar na Escola Superior de Saúde – Instituto Politécnico de Leiria, o Bastonário António Lopes faz um enquadramento sobre as várias dimensões de atuação da Fisioterapia em Saúde Mental e competências específicas teóricas, práticas e de relação interpessoal que os Fisioterapeutas deverão possuir, referindo que um dos motivos para os benefícios das intervenções da Fisioterapia nem sempre chegarem aos utentes com problemas de saúde mental é a falta ou a inadequada formação dos Fisioterapeutas nesta área. 
 
Apesar disso, de acordo com as declarações apresentadas no ato de inscrição na Ordem, dos mais de nove mil já inscritos, “cerca de 700 fisioterapeutas referem ter obtido qualificações adicionais na área da saúde mental, e cerca de 600 fisioterapeutas referem ter, ou ter tido, atividade clínica em saúde mental”.

No sentido de melhorar este panorama, sublinhou o empenho da Ordem dos Fisioterapeutas em promover o acesso aos cuidados de Fisioterapia na área da saúde mental, em apoiar e valorizar quem já trabalha neste domínio e estudar soluções, em conjunto com as Instituições de Ensino Superior. Lembrou ainda, neste âmbito, o processo de criação do quadro de especialidades profissionais de Fisioterapia em Portugal, que está em curso, garantindo: “Vamos trabalhar para promover a Fisioterapia em Saúde Mental! 

Ordem dos Fisioterapeutas assinala o Dia Mundial da Saúde Mental

DIA MUNDIAL SAUDE MENTAL

O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado anualmente a 10 de outubro, uma data instituída pela Federação Mundial da Saúde Mental (FMSM). Atualmente, a Organização Mundial de Saúde reconhece e assinala também este dia. O tema deste ano é «Tornar a Saúde Mental e o bem-estar uma prioridade global».

O Relatório Mundial de Saúde Mental da OMS, publicado em junho de 2022, revelou que, já antes da pandemia, em 2019, cerca de mil milhões de pessoas se debatiam com algum tipo de perturbação mental.

Atuação da Fisioterapia em Saúde Mental

Neste Dia Mundial da Saúde Mental, a Direção da Ordem saúda o trabalho desenvolvido pelos Fisioterapeutas na área da Saúde Mental.

Em Portugal, de 8905 Fisioterapeutas inscritos na Ordem, 693 referem ter obtido qualificações adicionais na área da Saúde Mental e 598 referem ter atividade clínica em Saúde Mental (gráfico1. distribuição por distritos). Existem ainda 185 fisioterapeutas com qualificações adicionais e atividade clínica na área da Saúde Mental, de acordo com as informações extraídas do formulário de inscrição.

Nota: os dados não incluem membros que suspenderam ou cancelaram a sua inscrição.

grafico_saude_mental

A Fisioterapia em Saúde Mental é uma área transversal e específica da Fisioterapia, que atua em diferentes ambientes de saúde, de saúde mental, de psiquiatria e de medicina psicossomática. Tem como objetivo otimizar o bem-estar, através de estratégias de educação para a saúde e de promoção 1) da consciência do corpo, do movimento e das emoções 3) da funcionalidade, 4) do exercício e da atividade física, integrando sempre as dimensões física e mental e relacional.

A Fisioterapia pode atuar na Saúde Mental, nomeadamente na relação entre as perturbações somáticas e os problemas psicológicos (perturbações de sono, medo relacionado com a dor, stress psicológico e humor deprimido associado com uma condição clínica); na relação entre as perturbações mentais ligeiras e as principais doenças crónicas não transmissíveis (ansiedade e depressão moderada associada a doenças cardiovasculares e respiratórias, diabetes e cancro), na relação entre as perturbações somáticas e as perturbações ligeiras de saúde mental (a depressão associada à dor crónica, a perturbação de stress pós-traumático associada à fibromialgia e a ansiedade associada à doença pulmonar obstrutiva crónica) e na abordagem especializada das doenças mentais graves (depressão major, esquizofrenia, perturbações bipolares e comportamentos aditivos e dependências) em unidades/hospitais psiquiátricos.

Pedro Maciel Barbosa

Fisioterapeuta-especialista na Unidade Local de Saúde de Matosinhos Sub-coordenador para os Cuidados de Saúde Primário, Unidade Local de Saúde de Matosinhos Professor Adjunto-Convidado na Escola Superior de Saúde do Porto Membro do Conselho de Administração da Fundação para a Saúde – SNS Membro do Conselho Geral da Ordem dos Fisioterapeutas

Carlos Areia

Carlos Areia é fisioterapeuta desde 2013, e trabalhou em vários hospitais, clínicas e clubes tanto em Portugal como no Reino Unido. Iniciou a sua carreira académica na Universidade de Oxford em 2016, onde liderou um ensaio clínico a comparar Fisioterapia VS cirurgia em lesões do cruzado anterior em 32 hospitais de Inglaterra. Em 2018 mudou-se para o departamento de neurociências, onde desenvolveu os seus próprios estudos em monitorização remota de sinais vitais, que foram implementados durante a pandemia. Aqui descobriu a sua paixão pelos dados, e em 2022, juntou-se à Digital Science como Data Scientist. Concluiu o seu PhD no início deste ano, e junta mais de 60 publicações em revistas como a The Lancet, BMJ, Cochrane, entre outras. É também palestrante honorário na Oxford Brookes University e consultor em investigação clínica.

Eduardo José Brazete Carvalho Cruz

Doutorado em Fisioterapia, pela Universidade de Brighton, UK. Pós-Doutoramento na especialidade de Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
Coordenador do Gabinete de Estudos e Planeamento da Ordem dos Fisioterapeutas. Professor Coordenador do Departamento de Fisioterapia da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS-IPS). Presidente do Conselho Técnico-Científico da ESS-IPS. Coordenador do Departamento de Fisioterapia da ESS-IPS. Investigador Integrado do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) (parceria FCM-UNL, Escola Nacional de Saúde Publica, Universidade de Évora, Lisbon Institute of Global Mental Health e Hospital do Santo Espírito, Ilha Terceira, Açores).

Sara Souto Miranda

Sara Souto Miranda é licenciada e mestre em fisioterapia pela Universidade de Aveiro, e detentora de pós-graduação em fisioterapia respiratória do adulto certificada pela mesma instituição. Completou em 2023 o seu doutoramento duplo em Ciências da Reabilitação/Saúde, Medicina e Ciências da Vida pelas Universidades de Aveiro e Maastricht (Países Baixos) e encontra-se atualmente a exercer funções como assessora técnico-científica do Gabinete de Estudos e Planeamento (GEP) da Ordem dos Fisioterapeutas, e como professora convidada do Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia. Enquanto membro do Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória da Universidade de Aveiro (Lab3R), exerceu atividade de investigação aplicada onde avaliou e tratou doentes com patologia respiratória, tendo participado em 6 projetos de investigação. Ao longo do seu percurso publicou 19 artigos científicos em revistas internacionais revistas pelos pares com fator de impacto, 1 capítulo de livro, e mais de 50 resumos em atas de conferências. Foi voluntária de investigação no centro de reabilitação Ciro (Center for expertise in chronic organ failure) nos Países Baixos, e é atualmente membro da Guideline Methodology Network da European Respiratory Society. Foi distinguida pela European Lung Foundation e European Respiratory Society por desenvolver investigação centrada no doente, pela Direção Geral de Ensino Superior com uma bolsa de mérito relativa ao seu mestrado, e pelo centro Ciro com uma bolsa destinada ao apoio à investigação no estrangeiro.

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